terça-feira, 24 de agosto de 2010

Do Homo sapiens ao atroveran

O que eles tem em comum?

Karl Von Linné, ou somente Lineu, o cientista que no século XVIII criou o sistema de nomenclatura binário para dar nome aos seres vivos.
O nome de Homo sapiens foi dado à nossa espécie por ele, assim como o nome de uma planta cujo extrato é um dos princípios ativos do atroveran: a Atropa belladona L. Tanto é que essa planta é escrita indicando o nome de Lineu, ou com um "L." ou com o nome mesmo "Liné".

Lineu deu esse nome à planta por ter ela sido muito usada por mulheres da época para dilatar as pupilas para ficaram mais bonitas, mais belladonas. Já o nome do gênero, Atropa, tem uma origem mais mórbida, pois é sinônimo de morte na mitologia grega, Atropa era a responsável por cortar o fio da vida.

Esse nome foi dado à A. belladona L. por tratar-se de uma planta altamente tóxica! O consumo de pequenas quantidades da planta pode ser fatal. As crianças podem-se intoxicar ao ingerirem apenas 3 bagas da planta. A ingestão de infusões de apenas uma folha de beladona pode ser fatal para um adulto. A raiz da planta é geralmente a parte mais tóxica, seguida das folhas e ultimamente as bagas. A ingestão da planta pode provocar efeitos psicoativos, como alucinações, náuseas ou cegueira e a morte, quando ingerida em quantidades elevadas.

Em 1911, Witthaus reuniu 682 casos de doentes envenenados, 379 dos quais por preparações de beladona. Deste valor total, 37 foram tentativas de suicídio, 14 tentativas de assassinato e o restante resultando de exposição acidental. A taxa de mortalidade foi de 12%, ou seja, cerca de 60 casos. Esta taxa elevada era o resultado dos ineficientes cuidados de saúde essenciais, inexistência de respiração artificial e drogas específicas para tratamento deste tipo de envenenamento.

Porém, ainda há casos de tentativas de suicídio, homicídio e de pessoas mal informadas que pretendem utilizar a planta para terem efeitos alucinógenos, que podem até acontecer, mas até chegar ao estággio de alucinação, a pessoas passa por dores muito fortes. Estes acidentes com a finalidade de se obter resultados psicotrópicos são mais comuns, pois além da planta ser utilizada em paisagismo de parques, ainda há muita desinformação.



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