sábado, 13 de agosto de 2011

Anemia falciforme


Já que citei ela em um post anterior, achei melhor aprofundar o assunto.

A anemia falciforme, como já foi falado, é uma doença em que a combinação entre os genes herdados do pai e da mãe fazem com que haja a troca de um único aminoácido na cadeia da hemoglobina, dessa forma a hemácia fica deformada, em forma de meia lua ou de foice, de forma que impossibilita a troca gasosa.

Há vários graus de anemia falciforme, uma pessoa severamente afetada vai produz muitas hemácias deformadas, assim, logo nos primeiros instantes de vida vai ser capaz de transportar oxigênio e sua expectativa de vida não alcança muito tempo.

Pela deformação, as hemácias se aglomeram, podendo formar os trombos, e a dificuldade em transportar oxigênio torna o sangue mais ácido, o que induz a produção de mais hemácias defeituosas.

O transplante de medula é uma opção ainda estudada, pois não trouxe resultados totalmente satisfatórios, assim como a mediação de químicos que inibem a formação de hemácias defeituosas na medula.

Visão biomolecular:

No código genético há 4 bases que se relacionam: C, G, T e A, conforme as várias associações dessas bases (em grupos de 3) forma-se um aminoácido diferente, assim GAG é a Glutamina que está em uma parte da hemoglobina, porém, quando na tradução gênica o A é trocado por T, forma-se o aminoácido GTG, a Valina, que ocupa o lugar da Glutamina e assim leva uma informação errada para as hemácias que sempre que se duplicarem produzirão células filhas com o mesmo erro.

Microscopia eletrônica de varredura mostrando hemácias normais (arredondadas) e hemácias deformadas (em meia lua) em uma pessoa com anemia falciforme.

Lâmina histológica do sangue de uma pessoa com anemia falciforme, onde pode-se notar um grande número de hemácias deformadas.


Na anemia falciforme as hemácias não têm necessariamente a forma de meia lua, mas sim uma forma anormal, claro que a forma de foice é mais comum, mas como pode-se notar na lâmina histológica há inúmeras outras com formas que impossibilitam o transporte de oxigênio. é também importante salientar que nem todas as hemácias de alguém com anemia falciforme são deformadas, só aquelas cujas informações gênicas estão com defeito e as células de sua linhagem

Proteínas

Proteínas são as moléculas que realizam os trabalhos celulares: catalisam reações, controlam a permeabilidade da membrana plasmática, regulam a função gênica , entre outras funções.

São formadas por unidades chamadas aminoácidos que possuem um grupo amino (-NH2) e outro grupo chamado carboxila (-COOH), cada aminoácido se liga ao outro pela chamada ligação peptídica.

Essa ligação peptídica rompe-se à temperatura de aproximadamente 38°C, por isso que uma febre (elevação da temperatura corporal) deve ser tratada com atenção, pois quando a febre atinge os 38°C algumas ligações peptídicas do nosso organismo rompem-se e as proteínas se desnaturam, ou seja, tornam-se inativas.

A ordem dos aminoácidos que compõem uma proteína também é importante, um erro nessa ordem desencadeia problemas sérios, com ao a anemia falciforme, uma doença influenciada pela tendência genética, em que ocorre uma mudança biológica causada pela mudança de um único aminoácido na molécula de hemoglobina, em pessoas que possuem a anemia falciforme as hemácias não tem a forma normal, ficam em forma de foice e assim reduz ou torna impossível a sua capacidade de transportar oxigênio até os tecidos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Um pouco sobre a correlação entre os organismos vivos

Já filosofei muitas vezes sobre o que é um ser vivo e sobre o que não é um ser vivo. Cientificamente, por exemplo, um vírus não é considerado um ser vivo, já pequenas células, como protistas unicelulares, são considerados formas de vida.
Mas o que serve como classificação, como dizer o que tem ou não vida?

Bioquimicamente, todos os seres vivos realizam processos semelhantes, todos necessitam de energia, todos têm um certo metabolismo para isso e por incrível que pareça, todos os seres vivos são unidos pelos mesmo processos bioquímicos.

A transformação de uma molécula orgânica em energia, por exemplo, nos une a grupos de protistas e até plantas, os processos de divisão celular também e, é claro, o próprio DNA.

Sim, muitas informações contidas em nosso DNA são as mesmas contidas em seres primitivos, exatamente por termos funções metabólicas iguais é que os genes que regulam tais funções são semelhantes e até iguais.

A espécie humana, por exemplo, possui semelhança de mais de 90% com o DNA de outros primatas, os genes responsáveis pela produção de hemoglobina, por exemplo, são iguais para um chimpanzé e para um humano, por se tratar de uma conquista evolutiva importantíssima para a manutenção das espécies de primatas primitivas, elas foram mantidas, é o que se chama de sucesso evolutivo.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A fala dos papagaios



Todos conhecem as capacidades que os papagaios têm em imitar a vocalização humana, repetindo palavras que os humanos com quem convivem usam com freqüência.
Mas pesquisas mostram que a comunicação dos papagaios é muito mais complexa do que simples imitação. Cada papagaio ganha um tipo de assinatura vocal pela qual é reconhecido até sua morte, mais ou menos como um nome.
A pesquisa de Karl Berg da Cornell University usa câmeras de vídeo para registrar a comunicação dos papagaios da espécie Forpus passerinus para descobrir como são dados esses “nomes”.
As hipóteses prévias para saber de onde vinham o “batismo” de cada animal davam conta da possibilidade de que cada animal se auto denominaria por algum registro vocal, o que não foi comprovado na pesquisa, e sim que o batismo é dado pelos próprios pais: assim que um papagaio nasce, seus pais dão ao filhote essa assinatura sonora pela qual são reconhecidos pelo resto da vida.
Papagaios não são os únicos animais capazes de fazer batismo, os golfinhos também usam vocalizações específicas para cada indivíduo.
Essas espécies têm em comum uma vida social sofisticada, assim, com batismos é mais fácil identificar quem é quem e quando um novo membro agrega-se ao grupo

Parrot communication in the wild from Karl Berg on Vimeo.